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Governo federal vai enviar missão a Roraima para diagnosticar situação dos venezuelanos
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Publicado em 14/10/2016

 

 

Representantes da Polícia Federal, do Ministério das Relações Exteriores, do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, o Acnur, e de entidades civis vão a Roraima no dia 24 de outubro.

A ação coordenada pelo governo federal acontece depois dos pedidos de ajuda feitos pelas cidades mais afetadas pela chegada em massa de venezuelanos. Muitos estão vivendo nas ruas ou oferecendo serviços em troca de um prato de comida na capital, Boa Vista e em Pacaraima, na fronteira com o Venezuela.

O secretário nacional de Justiça e Cidadania, Gustavo Marrone, afirmou nesta quinta-feira que os pedidos de refúgio feitos por venezuelanos em Roraima este ano já passam de 1,8 mil, sete vezes mais que o registrado em todo o ano de 2015. O governo local estima que cerca de 30 mil já atravessaram a fronteira desde janeiro do ano passado.

O secretário não descarta encaminhar os venezuleanos para outros estados, mas ressaltou que será preciso uma conversa prévia. 'A ideia é que a gente consiga com algumas ações resolver o problema localmente, seja dando estrutura para o estado de Roraima, seja de outra forma possível para encaminhar o problema.'

Na próxima terça-feira, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, também vai receber deputados e senadores de Roraima para discutir a situação. Para Gustavo Marrone, estas ações vão permitir um diagnóstico detalhado para traçar estratégias de longo prazo.

O governo do estado decidiu criar um gabinete de crise, que vai contar com representantes de diversas secretarias e do Corpo de Bombeiros. As prefeituras de Boa Vista e Pacaraima também serão convidadas para participar das ações. A primeira reunião deve acontecer já neste fim de semana.

O coordenador da Defesa Civil estadual, que será o responsável pelo gabinete, coronel Edvaldo Amaral, avalia que a ajuda do governo federal vem em boa hora. 'O governo do estado já está ficando sufocado com tantos venezuelanos dentro de Boa Vista e Pacaraima. A gente está aprendendo a conviver com mais 30 mil pessoas e o estado está atravessando dificuldades financeiras.'

A reportagem da Rádio CBN entrou em contato com o Ministério de Relações Exteriores da Venezuela, com a embaixada do país e com o consulado venezuelano de Boa Vista, mas não obteve retorno.

As relações diplomáticas entre Brasil e Venezuela estão estremecidas. Histórico aliado do PT, o país vizinho classificou o impeachment de Dilma Rousseff como um golpe e não reconhece o governo de Michel Temer. Os embaixadores dos dois países foram chamados de volta. O Brasil também ameaçou pedir a suspensão da Venezuela do Mercosul.

O país comandado por Nicolás Maduro deveria ter assumido a presidência rotatória do bloco em julho, após o fim do mandato do Uruguai. No entanto, o país foi vetado por Argentina, Brasil e Paraguai, que alegam o não cumprimento de toda legislação do bloco e preocupação com casos de violação aos direitos humanos.

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