Durante o projeto gratuito, moradores da cidade participarão de oficina de interpretação que culminará na produção de um curta-metragem de ficção.
Sentar-se confortavelmente na poltrona de um cinema ou espichar-se no sofá munido de um balde de pipoca para assistir a algum filme é uma atividade classificada por muitos como prazerosa. Muito maior a satisfação, entretanto, é fazer exatamente a mesma coisa, mas, em vez de na tela ver a projeção de atores renomados, conferir a própria imagem, fruto do resultado da produção do próprio filme.
Provocar essa sensação é um dos objetivos do Projeto "Cinema na Comunidade: Oficina de Introdução ao Audiovisual", que chega a Barbacena convidando os moradores da cidade para integrar-se à ideia. A proposta é que as pessoas participem de oficinas de interpretação, que tem acontecido aos sábados e domingos na sede do grupo de teatro Ponto de Partida, na Plataforma da Dança e outros espaços e atuem em um curta-metragem ao final do processo. Todas as atividades são gratuitas.
O projeto, uma iniciativa do produtor de elenco e roteirista belo-horizontino Júlio de Souza, é realizado graças ao incentivo da Lei Estadual de Incentivo à Cultura e conta com o patrocínio da rede de supermercados Mart Minas. O projeto ainda tem o apoio do grupo de teatro Ponto de Partida, da Plataforma da Dança e do coletivo Rede Trilho.
Mais do que a produção de um filme, o Cinema na Comunidade tem por objetivo socializar o cinema de uma forma ampla, aproximando os participantes de todas as etapas de uma produção cinematográfica. Dessa forma, contribui-se significamente para despertar nos participantes o interesse pelas variadas camadas da Sétima Arte.
Oficina de interpretação e curta-metragem. Durante as atividades de preparação, os participantes, maiores de 14 anos, têm acesso às técnicas e conhecimentos necessários para a produção de uma obra audiovisual. Não é necessário ter conhecimento prévio de atuação para integrar o projeto. A equipe do projeto, aliás, provocará os participantes para que eles descubram suas próprias habilidades artísticas, que serão potencializadas ao longo do projeto.
Com duração total de 30 horas, a oficina consiste na elaboração de exercícios, dinâmicas e jogos cênicos desenvolvidos pelos participantes. O interessante deste projeto em relação à produção usual de um filme é que o roteiro é desenvolvido concomitantemente à realização das oficinas. Isso significa que, sob a condução da equipe do projeto, a colaboração é coletiva.
Ao final da oficina e da elaboração do roteiro, os participantes estarão aptos para produzir e atuar em um curta-metragem de ficção com duração de 20 minutos que será realizado com toda a equipe do projeto, que inclui Direção de Cena, Direção de Fotografia, Câmera, Captador de som, Produção, Direção de Arte, entre outros.
O curta-metragem será exibido em um local de grande acesso da cidade, e os participantes receberão um DVD contendo o filme e registro do making off do projeto. Além disso, a obra será inscrita em diversos festivais de cinema que acontecem com certa periodicidade em todo território nacional.
Outras cidades. Além de Barbacena, as cidades mineiras de Paracatu, no Noroeste do Estado, e Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, também receberão o projeto, que contará com a mesma estrutura.
Esta é a segunda edição do Projeto Cinema na Comunidade, que ocorreu pela primeira vez no fim de 2016, no Aglomerado Morro das Pedras, região Oeste de Belo Horizonte. Na ocasião, os moradores da comunidade participaram da oficina de interpretação a atuaram pela primeira vez em uma obra cinematográfica: o curta-metragem “O Sol Há de Brilhar”, com duração de 20 minutos. O trabalho, aliás, chegou a ser selecionado para três mostras e festivais no Brasil: o Festival Mate Com Angu, em Duque de Caxias-RJ, o Festival de Cinema de Caratinga e a Mostra SESC de Cinema.