O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou nesta quinta-feira (14), o presidente Michel Temer ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça. De acordo com a denúncia, Temer teria participado de um suposto esquema de corrupção ao lado de integrantes do grupo chamado "PMDB da Câmara", formado por Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves, Geddel Vieira Lima, Rodrigo Rocha Loures, Eliseu Padilha e Moreira Franco. Segundo Janot, juntos, eles praticavam ações ilícitas em troca de propina através de diversos órgãos públicos, como Petrobras, Furnas, Caixa Econômica, Ministério da Integração Nacional e Câmara dos Deputados. Temer seria o líder da organização criminosa desde maio de 2016. Na acusação que trata sobre obstrução de Justiça, Janot afirma que o presidente teria atuado para comprar o silencio do doleiro Lúcio Funaro, que operava o suposto esquema. Para isso, Temer pediu a ajuda do empresário Joesley Batista, do grupo J&F. Atendendo ao pedido, Joesley mandou o executivo da empresa, Ricardo Saud oferecer vantagens a Roberta Funaro, irmã de Lúcio Funaro, descreve a Janot. Esta é a segunda denúncia apresentada pelo procurador-geral da República contra o presidente Michel Temer.
No dia 26 de junho, Janot acusou o peemedebista do crime de corrupção passiva, mas a Câmara dos Deputados negou o prosseguimento da ação contra Temer. A nova denúncia, feita nesta quinta-feira, ocorre a apenas três dias do fim do mandato de Rodrigo Janot à frente da Procuradoria-geral da República. A partir de segunda-feira (18) o cargo será ocupado pela procuradora Raquel Dodge. O final do mandato de Rodrigo Janot a frente da PGR está marcado pela reviravolta no caso que envolve a delação premiada dos executivos da JBS. Isso porque, uma nova gravação entre o empresário Joesley Batista e o executivo da empresa, Ricardo Saud, divulgada na última semana, revelou indícios que informações foram omitidas na delação. Por meio de nota, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência afirmou que a Procuradoria “Ignora deliberadamente as graves suspeitas que fragilizam as delações sobre as quais se baseou para formular a segunda denúncia contra o presidente da República, Michel Temer.” Ainda de acordo com a nota “O presidente tem certeza de que, ao final de todo esse processo, prevalecerá a verdade, e não mais versões, fantasias e ilações.”