O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está sentado pela primeira vez no banco dos réus da Operação Lava Jato para depor sobre as acusações de que ele teria tentado obstruir as investigações da Polícia Federal. Lula chegou pouco antes das dez horas da manhã à 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, para prestar depoimento ao juiz Ricardo Leite.
E, agora, o depoimento tem um teor diferente dos esclarecimentos que Lula já prestou à Justiça anteriormente. Dessa vez, ele responde a uma acusação formal por um crime, como qualquer cidadão comum. Não é apenas uma explicação, mas uma declaração que pode levar à condenação dele na justiça. Lula é um dos sete réus da ação penal que foi aberta em julho de 2016 para investigar se houve tentativa de convencer o ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, a não fechar um acordo de delação premiada com a justiça.
As investigações apontam que Lula, o banqueiro André Esteves, o advogado Edson Ribeiro, o pecuarista José Carlos Bumlai, o filho dele Maurício Bumlai, além do senador cassado Delcídio do Amaral e o ex-chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira, teriam tentando impedir a delação de Cerveró que detalhava os esquemas de corrupção na Petrobras.
Além do processo que investiga a tentativa de obstrução da Operação Lava Jato, Lula é réu em outras duas ações penais em Brasília e em duas no Paraná. Os depoimentos dos outros réus da ação penal vão acontecer ainda nesta semana, na sexta-feira (17), também em Brasília.